Nota
de síntese
Devemos fazer aqui um
breve recapitulativo
sobre quem é esse artista e teorista
francês : pioneiro da video-arte (1967), pioneiro de experiências de imprensa (1972), pioneiro, enfim, da arte pela Internet (1994).
Seu trabalho
artístico recorre a diversos suportes e seu procedimento se caracterisa tanto pelo uso original das tecnologias da comunicação, desviando-as, quanto
pelo seu
posicionamento sociocrítico e político. Desde os anos 60, ele põe
em prática a
interatividade e a participação
do público. Prêmio
Comunicação da XIIa Bienal de São Paulo em 1973 por uma série de ações
que, pelo
seu caráter provocador
em relação à politica,
tiveram uma repercussão
internacional excepcional.
Sua retrospectiva em
São Paulo apresenta
pela primeira vez os videos, filmes e fotos dessa época. Não
devemos esquecer
que esses tempos foram marcados
pela repressão do regime militar, que dirigiam o país com uma
mão de ferro. O que valeu
ao nosso artista
de ser preso
e passar por um
interrogatório nos locais
obscuros da policia política do DOPS.
Fred Forest foi durante cerca de trinta anos um amigo próximo
de Vilem Flusser
e de Pierre Restany, que defenderam
seu trabalho
com ardor por
meio de vários
textos, e até participaram
em pessoa
às suas ações.
Artista singular, inovador
e inclassificável, Forest teve
o mérito, antes de todos,
de prever que o espaço da informação, devido ao desenvolvimento
das tecnologias
numéricas, se tornaria também um espaço
de expressão artística.
Fred Forest, artista no campo da multimídia e das redes, doutor pela Sorbonne, é professor em Ciências
da Informação e da Comunicação.
Pioneiro da video-arte,
desde os anos 68, ele criou na França
os primeiros espaços
interativos, usando tanto o computador quanto o vídeo. Na sua prática artistica, ele usa a imprensa escrita, telefone, fax, vídeo, rádio, televisão, cabo, computador, jornais luminosos eletrônicos, robótica, redes telemáticas, e é claro, hoje em
dia… a Internet, que lhe dá
atualmente uma
posição e um reconhecimento
internacionais. (http://www.fredforest.org)
Professor titular da École Nationale d’Art de Cergy
(França), e em seguida titular
da Cátedra de Ciências
da Informação e da Comunicação da Universidade de Nice Sophia-Antipolis, ele
dirige no Museu de Arte
Moderna e Contemporânea dessa cidade um
seminário de renome
internacional. Ele é atualmente professor emeritado dessa universidade. Sua obra pertence ao patrimônio
nacional francês.
Co-fundador do Coletivo de Arte
Sociológica en 1974, ele
defende en 1984 na Sorbonne uma
tese de doutorado sobre a Arte sociológica e a Estética da comunicação.
En 1983, junto à Mario Costa, ele
é co-fundador do Movimento
Internacional da Estética da
comunicação.
Prêmio Comunicação da Bienal
de São Paulo, ele representou a França na Bienal de Veneza e na Documenta de Kassel. Ele
ganhou o prêmio
« Laser de Ouro » no Festival de Artes Eletrônicas de Locarno, e em seguida o Grande Prêmio dessa mesma cidade
por uma
obra multimídia
transmitida pela RSTI, a Televisão
Nacional Suissa Italiana.
Em
outubro 96, ele põe à venda,
em uma
« première » mundial, uma obra
numérica Parcelle/Réseau
no Hôtel Drouot. Em setembro
98, ele criou
uma instalação espetacular, Centre du Monde, que funciona
ligada à Internet, no Espace Pierre
Cardin de Paris. Em março 1999, ele se casa pela Internet
com uma
artista, Sophie Lavaud, e nessa ocasião eles criam e colocam em ação um
programa de realidade
virtual que funciona com uma série de captadores. En outubro 2000, ele realiza em
Paris uma venda
em leilão, por
meio de um
site internet, de uma série de monocromos numéricos.
Fred Forest publicou varios
ensaios e livros
: " Pour un art actuel/l’art à l’heure d’Internet",
edições l’Harmattan, Paris, em novembro 1998, e " Fonctionnements
et dysfonctionnements de l’art contemporain : un procès
pour l’exemple " igualmente
pela l’Harmattan em setembro
2000, " Repenser l'art et son enseignement ",
" De l'art vidéo au Net Art ", ambos
pela l'Harmattan en 2004, " l'Oeuvre-système
invisible", l'Harmattan, 2005.
Por fim, ele é o
fundador do Web Net Muséum, um
museu-ação que apresenta exposiçoes em linha e funciona
como um
centro de pesquisa.
(www.webnetmuseum.org <http://www.webnetmuseum.org>)
.A prática artística
deturpadora que Fred Forest desenvolve
constitui uma
refexão crítica sobre a arte, a comunicação, seus códigos, seus
fundamentos ideológicos,
simbólicos e estéticos. Como escreveu Pierre Restany, ele antecipou
com muita
antecedência a situação na qual vivemos hoje
em dia, e seu
trabalho atual sobre a Internet
é a continuação lógica
do desenvolvimento de uma pratica artística que leva em conta, desde os anos 70, as noções de interatividade, tempo real, processo,
telepresença, ubiquidade,
ação à distância, rede, relação e relacional, no campo social e no cotidiano.